Torresmos

De repente chegou uma notificação no celular de um amigo. Estávamos junto de outros comendo o bom e delicioso torresmo. Era da empresa na qual ele, engenheiro têxtil, trabalha. Quando terminou passou a nos contar da rotina estressante que vivia, apesar do fato de, segundo ele, “nunca ter visto tanto dinheiro na vida”.

Contou que seu celular precisa estar ligado de madrugada para o caso de alguém na empresa precisar ligar. O que me levou a lembrar o quão acelerado e competitivo é o cenário que vivemos.

Ali mesmo, comendo nossos torremos, começamos a conversar sobre como poderíamos aumentar nosso faturamento para fugir de condições parecidas, no entanto, fiquei pensando se era esse é o caminho?

Será que o aumento do patrimônio não nos conduzirá a um nível competitivo cada vez mais alto nos fazendo deixar de lado coisas que são tão importantes para nós? Como uma pizza em família, um mesmo um torresminho?

Note que, em nenhum momento, estou dizendo que buscar um crescimento financeiro é algo ruim, mesmo porque, como planejador financeiro, não só busco para mim, como também para meus clientes. Apenas estou fazendo uma das coisas que mais gosto, viajar em ideias.

Ao longo dos anos, estudando a psicologia econômica, comecei a entender a importância de ter um olhar mais humanizado para nosso dinheiro, que vai além da conta bancária. Às vezes, nos ancoramos em valores altos, metas profissionais e consequentemente fazemos de tudo para alcançá-los, e nos esquecemos de cultivar coisas que dizemos ser importantes, mas são deixadas de lado.

Ser rico ou ter bem-estar, eis a questão…

Ultimamente tenho pensado muito no papel que o dinheiro desempenha em nossas vidas. É fato que com ele temos segurança, acesso a oportunidades e conseguimos realizar muitos sonhos. No entanto, a busca incessante por ele muitas vezes nos cega para outros aspectos essenciais do nosso bem-estar. O dinheiro, por si só, dizemos que não é um fim, e sim um meio para alcançar nossos objetivos. Mas, tem sido assim para você?

Penso que o desafio é ter a tranquilidade da Cacau, minha beagle, que enquanto estou escrevendo, está dormindo tranquilamente em um sofá que tenho no escritório de casa. É claro, que quando ela acordar ninguém segura, mas nesse momento o mundo pode cair. Ela não acorda as 3 da manhã preocupada com suas contas, nem se afoga nos cartões de crédito e dívidas. Apenas descansa…

Semana passada foi assim, uma cliente me deu um presente ao contar que conseguiu zerar seu cartão de crédito que girava em torno de quase R$ 6400,00 há alguns meses. Fico feliz quando recebo presentes desse tipo, ser planejador financeiro me leva para lugares únicos na vida das pessoas, lugares que muitas vezes nem seus cônjuges acessam, as finanças.

Agora, e quando nos comparamos?

Me lembrei quando a Julia (nome fictício) uma amiga de quando eu era clt, na época me contou que dinheiro para ela estava relacionado a comparações. Para muitos é assim, não é? Olhamos nossas redes sociais e vemos as pessoas na praia, nos restaurantes e até em outros países, e a verdade é que invejamos aquelas vidas.

Julia me contou que seu psicólogo a despertou para o fato de que, ela vibrava com as coisas que vivia, era intensa. Me trouxe que perceber isso há estava ajudando a ter um olhar diferente para tais comparações. Pois percebeu que muitos estavam na praia, mas se matavam para pagar a viagens, tinham um carro do ano, mas em 50 mil prestações, outros mostravam-se empresários, mas não contavam que herdaram a empresa do pai.

Ela estava crescendo aos poucos, e se sentia bem, pelo fato de que o que havia conquistado vinha da construção que havia começado há alguns anos.

Lembre-se, a comparação te leva a um ciclo de insatisfação constante, ansiedade e sentimentos de inadequação, mas, um olhar diferenciado, vai te ajudar a investir no que realmente importa, construir lugares seguros e qualidade de vida.

Ahh, qualidade de vida

Vou voltar na “torresmada”, terminamos a noite felizes, nosso time havia ganhado, lembramos de nossas aventuras na adolescência, e entendemos, que às vezes vamos precisar responder à empresa ou outra demanda que surgir. Mas, uma coisa é certa, precisamos olhar para nosso dinheiro e olhar para ela também é olhar para nossa vida e o que estamos fazendo dela.

Se uma pequena parte desse texto te tocou, venha comigo viajar em busca de uma vida financeira, mais saudável, que seja repleta de notas e moedas, sim, mas que acima de tudo, seja plena de saúde mental.

Meu nome é Fábio Pedroso, sou Psicólogo e Planejador Financeiro, falo sobre Finanças e Carreira. 

@ofabiopedroso

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